«Ó bela cavalaria
Cavalo bem arreado
para "ser" galope largo
para "ter" freio apertado»
O Ter e o Ser. É uma questão fundamental na compreensão e na vida de todos nós.
Uma mentalidade exclusivamente orientada para o ter, como é aquela que predomina no nosso tempo, conduz inevitavelmente ao esbanjamento dos recursos naturais e, consequentemente, ao desequílibrio ecológico. Trabalhamos sobretudo para ter e não Ser; e o resultado é a fadiga, na sua variante moderna, o stress, que pode ser a causa principal do desequilibrio individual e social. Devemos, pois, estar atentos a este problema que assume dois aspectos na aparência opostos: ficamos indiferentes na presença dos factos, incapazes de reagir ou, pelo contrário, mostramo-nos imensamente activos e aparentemente infatigáveis. Se nos mostramos indiferentes e deprimidos, a sociedade censura-nos; mas, se nos mostramos hiperactivos, a sociedade admira a nossa falsa energia e recompensa-nos. Contudo, tanto a hipoactividade como a hiperactividade têm a mesma origem: a fadiga. E assim, os fatigados de um e de outro género não diferem essencialmente. Ambos estão em conflito, em desequilíbrio físico, mental e emocional. Que importa, portanto, que a sociedade censure os hipoactivos e recompense os hiperactivos? Quando se está em conflito, em desequilíbrio, em desarmonia, não se pode transmitir aos outros paz e estabilidade (...) se nos encontramos num estado de espírito negativo, como podemos fazer alguma coisa de positivo? Se não tivermos alegria nem força interior, que podemos efectivamente dar?
in, Reencontrar Agostinho da Silva, o poeta e o poema, José Flórido
Cavalo bem arreado
para "ser" galope largo
para "ter" freio apertado»
O Ter e o Ser. É uma questão fundamental na compreensão e na vida de todos nós.
Uma mentalidade exclusivamente orientada para o ter, como é aquela que predomina no nosso tempo, conduz inevitavelmente ao esbanjamento dos recursos naturais e, consequentemente, ao desequílibrio ecológico. Trabalhamos sobretudo para ter e não Ser; e o resultado é a fadiga, na sua variante moderna, o stress, que pode ser a causa principal do desequilibrio individual e social. Devemos, pois, estar atentos a este problema que assume dois aspectos na aparência opostos: ficamos indiferentes na presença dos factos, incapazes de reagir ou, pelo contrário, mostramo-nos imensamente activos e aparentemente infatigáveis. Se nos mostramos indiferentes e deprimidos, a sociedade censura-nos; mas, se nos mostramos hiperactivos, a sociedade admira a nossa falsa energia e recompensa-nos. Contudo, tanto a hipoactividade como a hiperactividade têm a mesma origem: a fadiga. E assim, os fatigados de um e de outro género não diferem essencialmente. Ambos estão em conflito, em desequilíbrio físico, mental e emocional. Que importa, portanto, que a sociedade censure os hipoactivos e recompense os hiperactivos? Quando se está em conflito, em desequilíbrio, em desarmonia, não se pode transmitir aos outros paz e estabilidade (...) se nos encontramos num estado de espírito negativo, como podemos fazer alguma coisa de positivo? Se não tivermos alegria nem força interior, que podemos efectivamente dar?
in, Reencontrar Agostinho da Silva, o poeta e o poema, José Flórido
Sem comentários:
Enviar um comentário