domingo, 28 de janeiro de 2007

saudade


Te echo mucho
de menos

quinta-feira, 25 de janeiro de 2007

Modigliani/Jeanne




Modigliani morreu no dia 24 de Janeiro, aos 36 anos.

Jeanne Hebuterne, a musa da sua vida, com quem casou e teve uma filha, suicidou-se no dia seguinte, atirando-se de um quinto andar.

Estava grávida de nove meses do segundo filho.

domingo, 21 de janeiro de 2007

algodão doce

s
ssss
ssmess
ssmemss
ssmemoss
ssmemorss
ssmemoriass
sssfuturasss
sssfutursss
sssfutusss
sssfutsss
ssfuss
sss
s
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s
s


sábado, 13 de janeiro de 2007

€€€€€€€€€€€/urtigas

Desde que descobri a Blogosfera, - é aí que passo uma boa parte do meu tempo disponível-, a televisão passou a ter estatuto de bibelot; sou eu que escolho as notícias, as críticas, a diversão... Há sítios que visito diariamente, outros há cuja linha mestra se opõe de tal modo aos meus pontos de vista que decidi não voltar, também vou eliminando blogues abandonados, se bem que alguns merecem sempre uma visita pelo autenticidade do conteúdo (os estados de alma não têm prazo de validade).
Quando inventei este POEMA SEM HERÓI foi com a finalidade de fixar parte do meu quotidiano real ou subjectivo, partilhar recordações, sonhos, uma folha intimista, por esse motivo nesta folha não vou revelar como votarei no próximo referendo, nem maldizer os carrascos de Sadam, nem sujar o cérebro com a TLEBS, nem perder um minuto com o senhor Euromilhões. Todos estes temas, actuais, têm uma coisa em comum: o dinheiro, faz-se um referendo desnecessariamente e gasta-se muito dinheiro, o Iraque está a saque por causa do dinheiro do petróleo, a TLEBS envolve mais dinheiro do que parece, (o que faço aos dicionários, deito-os fora?), e o senhor Euromilhões é dinheiro vivo. Não vejo bom senso, humanismo, solidariedade, não vejo estima por outras culturas.
E nós passamos os nossos dias fazendo nossos os problemas deles? Vão apanhar urtigas!

sexta-feira, 12 de janeiro de 2007

O vagabundo do mar


Sou barco de vela e remo
sou vagabundo do mar.
Não tenho escala marcada
nem hora para chegar:
é tudo conforme o vento,
tudo conforme a maré...
Muitas vezes acontece
largar o rumo tomado
da praia para onde ia...
Foi o vento que virou?
foi o mar que enraiveceu
e não há porto de abrigo?
ou foi a minha vontade
de vagabundo do mar?
Sei lá.
Fosse o que fosse
não tenho rota marcada
ando ao sabor da maré.
É por isso, meus amigos,
que a tempestade da Vida
me apanhou no alto mar.
E agora
queira ou não queira,
cara alegre e braço forte:
estou no meu posto a lutar!
Se for ao fundo acabou-se
Estas coisas acontecem
aos vagabundos do mar.

Manuel da Fonseca, Poemas completos

quarta-feira, 10 de janeiro de 2007

Bucólica



A vida é feita de nadas:
De grandes serras paradas
À espera de movimento;
De searas onduladas pelo vento;

De casas de moradia
Caídas e com sinais
De ninhos que outrora havia
Nos beirais;

De poeira;
De sombra de uma figueira;
De ver esta maravilha:
Meu Pai a erguer uma videira
Como uma mãe que faz a trança à filha.

Miguel Torga, in Antologia Pessoal da Poesia Portuguesa,
Eugénio de Andrade

domingo, 7 de janeiro de 2007

A meditação do fumo

Eu dei-lhe a meditação. Disse:"Faça uma coisa. Quando está a tirar o maço de cigarros do seu bolso, mova-se lentamente. Desfrute isto, não existe nenhuma pressa. Esteja consciente, alerta, atento; retire lentamente, com consciência total, lentamente(...) Depois, comece a bater o cigarro no seu maço... Escute o som... e o aroma. Então cheire o cigarro e a beleza disto (...) então coloque-o na sua boca, com total consciência, acenda-o com total consciência. Desfrute cada momento (...) Então inspire pela primeira vez... preencha os pulmões profundamente... então solte o fumo, relaxe, inspire novamente - e vá devagar.
Se puder fazer isto, ficará surpreso; depressa verá a estupidez de tudo isto - não porque os outros disseram que é estupidez, não porque os outros disseram que é mau. Verá e a visão não será apenas intelectual. Será do seu ser total; será uma visão da sua totalidade. E então um dia se abandonar o acto de fumar, acabou-se; se continuar, continuou. Não tem que se preocupar com isto."


Osho, O Livro da Cura, da Medicação à Meditação


Os meus prazeres


Nada melhor do que pensar em coisas boas para dépasser este spleen domingueiro. Então vamos lá falar de gostos.
  • Gosto de tabaco, vício número um, e como as coisas estão cada vez me dá mais prazer fumar muitos cigarrinhos. Será rebeldia? (pormenor interessante, os espanhóis avisam: fumar puede matar, os maços portugueses não duvidam: fumar mata). Venha o diabo e escolha. Eu, nesta questão de tabaco, sigo uma lição zen - trancrevo-a mais tarde - ou as indicações de Osho, isto é, fazer a meditação do fumo, que também não dá muito resultado, fuma-se, sem meditar! Já estive sem fumar e sei como tudo fica mais cristalino, entretanto porque a força de vontade está de férias vou-me embaciando e o negócio do tabaco agradece, não é verdade? Que seria deles sem nós? Já agora seria conveniente que não metessem nos cigarros tanto veneno, porque a este ritmo apagamo-nos mais cedo e eles é que perdem um excelente cliente. Então vejam lá, não será mais lucrativo explorar o fumador durante vinte anos do que só em dez? Pensem no assunto, mais vale um na mão do que dois a voar.
  • Gosto de vinho tinto, de preferência do Alentejo, grande terra. Quem sofre com as saudades do mar, como eu, pode ficar à vontade no Alentejo porque as searas a perder de vista, quando há vento, são parecidas ao mar, um mar verde e vegetal.
  • Gosto de preparar pratos simples e exóticos, os que a seguir menciono são simples, não precisamos de sujar tachos, se bem que quando o prato é mais elaborado nós até nem nos importamos de transformar a cozinha num acampamento.
    Salada Otomana - descasca-se romã para um prato, juntam-se azeitonas verdes picadas, tempera-se a gosto (azeite, vinagre ou limão) e termina-se polvilhando com queijo ralado. Salada de Agriões - bem lavadas, às folhas dos agriões juntam-se cubos de laranja, temperando depois a gosto (azeite, vinagre ou limão, e um pouco de coentros). Comi esta salada, ou parecida, no restaurante Adega do Cachete, em São Pedro do Corval, que aconselho a quem andar pelas bandas de Reguengos de Monsaraz. Depois do almoço, até pode consultar a Pedra dos Namorados que fica no lado oposto ao Intermarché.
  • Gosto do inominável.
  • Gosto muito do meu Blog. Adoro o meu Blog. Acho que vou criar outro para ter dois amores!
fotografia.pedra da rocha dos namorados

Domingo à tarde


Hoje é domingo e como sempre acontece ao domingo, fico melancólica, poderia dizer deprimida, mas é melancolia que eu deveras sinto. O dia é triste porque não se vê ninguém nas ruas, não há cafés abertos, a cidade fica sem movimento. Quase todos vão dar um passeio, por isso a terra parece um palco vazio à espera dos actores que só chegam na segunda, e ao entardecer ainda é pior porque começam a assaltar-me os deveres, os horários da semana de trabalho.
Queria tanto ter a liberdade de não cumprir um dever, que os dias e as horas fossem só minhas sem submissões de nenhuma ordem. E tudo isto é contraditório, se ao domingo tenho a liberdade de não cumprir horários, porque raio não gosto do dia?
Pequenas misérias de quem necessita do vil metal para ir vivendo.
Em relação ao domingo e ao natal sinto o mesmo: desejo que passem depressa.


sexta-feira, 5 de janeiro de 2007

Símbolos


Dona Rita ensinou-me as primeiras letras na sua escola paga. Aprendi com ela a desenhar as vogais num pequeno quadro de lousa, assim, à luminosidade do céu algarvio juntou-se a luz das letras. E o fascínio continua.

Dona Rita ensinou muitos meninos e meninas na sua escola paga, por isso a única exigência que eu vos fazia era a moeda branca de dois e quinhentos (cara à vela) para pagar a minha mensalidade.

Lembro como, com a ajuda da professora, completava uma linha com is, como se fossem ondas encrespadas, depois, acima da linha ou do horizonte, da direita para a esquerda, colocava todos os pontos, gotas de água a quererem ser nuvem.

quarta-feira, 3 de janeiro de 2007

Poesia árabe


-4-
Envidio a los que duermen,
Por las muchas riquezas que hay entre sus ojos.

-22-
Esa persona que desconozco e y me desconoce,

por qué se retrasa tanto
déjandome en la soledade de la calle?



Poema procedente del libro Naq al-Amal (Crítica à la Esperanza), Beirut 1995 poesiaarabe.com



terça-feira, 2 de janeiro de 2007

DOIS MIL E SETE

2007
JUVENIL
FAMILIAR
MÁGICO
AMÁVEL
MOVIMENTADO
JOVIAL
JUSTO
ABASTADO
SALUTAR
ORIGINAL
NATURAL
DIGNO